— Os documentos do caso 2020456-AC já foram protocolados e enviados para o Juiz? — Nicholas questionou sua secretária, com uma expressão pacífica ao rosto.

— Sim senhor, os documentos foram enviados e uma coruja será enviada pelo seu cliente do caso de fraude, pois ele irá recorrer da punição. Chegou também uma coruja de sua cunhada, Isabella. — Elizabeth Blackwood informou, com um caderno em mãos, que anotava as tarefas que seriam ou não lhe passadas e possuía detalhes da agenda do advogado.

— Traga minha correspondência, depois pode ir almoçar, Elizabeth. Fiquei sabendo que você ficou sem comer, por me esperar para ir comigo. Não faça mais isso, sim? Preciso que fique saudável para me ajudar. Minha esposa me mata se eu levar trabalho demais para casa. — Repreendeu em um tom gentil.

— Hanna é assustadora. Pode deixar. — A secretária se retirou por alguns minutos para trazer a correspondência de Nicholas, deixando sobre sua mesa, fazendo uma reverência antes de se retirar. Uma das primeiras coisas que o advogado coreano ensinou à sua secretária, era a tradição de se curvar antes de sair de sua sala, era um sinal de respeito e era mantido até hoje.

O advogado deixou o documento que lia, em cima da mesa em uma pilha específica, ajeitando seu terno e sua gravata, respirando fundo. Verificou p que tinha recebido com cuidado: uma carta de seus pais, uma carta de sua avó, a tal carta de Isabella e mais algumas cartas oferecendo assinatura de revistas, assim como suas edições do Profeta Diário e d'o Pasquim. Com um cortador de cartas, abriu a carta da cunhada com cuidado. Viu que dentro do envelope, continha algumas fotografias e aquilo sim, o deixou um tanto confuso. A cunhada só lhe mandava fotos em cartas, quando era para comprovar o pagamento de alguma aposta que faziam e não se lembrava de não ter firmado nenhuma aposta com a Nottingham.

Entretanto, quando pegou a fotografia, a surpresa tornou-se maior. Não era uma foto de Isabella. Era de uma garota, talvez na faixa dos 20 anos, em Hogwarts, a menina parecia machucada na fotografia.

— Merda, Isabella. Se você virou pedófilia ou começou a espancar garotas, eu mato você. — Resmungou para si mesmo, antes de pegar o pergaminho dentro do envelope e o abrir para ler.

"[i]Caro cunhado idiota,

Dessa vez, eu não estou te mandando uma carta para te mandar algo comprovando alguma aposta, ou só para te irritar do casamento, afinal ler suas resposta melosas em relação à minha irmã é a coisa mais engraçada no mundo. Fiz um mural disso aqui no meu quarto em Hogwarts, aliás. Visite-me e eu te mostro isso, prometo. Estou te mandando essa carta, porque preciso do Nicholas, meu cunhado advogado competente. Quem diria que eu assumiria que você é competente? E olha que prometi que nunca faria isso.[/i]"

Aquelas palavras fizeram Nicholas rir, mas ele nunca iria admitir isso para sua cunhada, muito menos para a esposa. Entretanto, ainda tinha uma pulga atrás da orelha. Por que Bella precisava de si? O que ela queria?

"[i]Eu te enviei a foto de uma das minhas alunas, Arianna Wheeler. Uma garota da Lufa Lufa, Melina Waywood, foi acusada por Arianna de a stalkear e lhe perseguir, fui informada de que Melina também induziu Arianna a encontrar em uma sala trancada e gritou consigo. Não sei dizer se Arianna foi violada ou não, por Melina ou mesmo drogada em alguma ocasião, mas também enviei junto todas as provas que foram coletadas pela parte acusadora do delito, é esse o termo certo? Enfim, eu sou diretora de escola não advogada e isso é problema seu, não meu, dos termos. Eu queria saber se você consegue uma medida protetiva para Arianna contra a stalker e dependendo do que você achar, se for possível e justo, que ela seja presa. Desculpe te mandar essa bomba, eu sei que você é ocupado.

Provavelmente, vai ter que questionar Arianna para conseguir lhe ajudar melhor, me deixe saber uma data e um horário bom para você vir à Hogwarts. Faça so mais um favor pra mim: ferre essa filha da puta o quanto você conseguir pela lei.

Com carinho, amor é com a Hanna,
Isabella[/i]"

O final da carta, apesar da indignação por causa da perseguição, afinal conhecia bem daquele assunto, por conta do ocorrido por sua cunhada, as palavras da Nottingham lhe fez rir baixo. Passou os dedos sobre seus fios de cabelo, um tanto pensativo, distraído por completo, não percebendo quando a porta do escritório foi aberto. Foi tirado de seus devaneios, quando um gato de pelo curto britânico pulou em seu colo. O advogado sorriu um tanto cansado, analisando o felino com atenção, não demorando em reconhecer a forma animaga de sua esposa. Fez um carinho no pêlo da gata, ainda mantendo seu sorriso.

— Hanna, sabe que eu amo você, mas tem como sair do meu colo? Fora o fato que estou trabalhando, você não vem me ver, se não precisa de algo. — Comentou, olhando o gato logo saltar de seu colo, depois de fincar as unhas em sua coza, o fazendo resmungar com dor. — Entendi, você não gostou. — Ergueu as mãos em sinal de rendição.