:: espaço da lay :: alohomora
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Queen
Admin
https://wrongplaceformylove.forumeiros.com
Queen
Mensagens :
894
Sáb Jan 15, 2022 4:30 pm
you can be the beauty And I could be the monster
I know you scared of me You said that I'm too eccentric I'm crying all my tears And that's fucking pathetic  I wanna make you hungry Then I wanna feed ya I wanna paint your face Like you're my Mona Lisa
Se alguém perguntasse para Theodore o que estava sendo interessante para si naquela noite, com certeza não era o filme que seria exibido, a festa, ou as bebidas. Mas era Héstia. Para ele, revelar interesse em pessoas ou mesmo outras coisas, era difícil por estar com frequência enfiado no necrotério da família ou fazendo alguma autópsia solicitada por aurores ou hospitais trouxas, ou preparando corpos para os velórios. Era surpreendente para o checo como ele apenas ficava observando a outra, era uma mistura de fascínio com curiosidade e com certeza, havia a atração, o desejo ali presente e poderia a ouvir falar por horas, não acharia ruim nem um pouco. O sorriso que mal saia da face, evidenciava tudo aquilo.

Quando a outra mencionou o fato de não dividir, o aspecto de possessividade, o Nottingham não conseguiu deixar de sorrir. Em muitos, aquele fato poderia ser ruim de saber, apesar de Theo gostar de ter sua liberdade para certos assuntos, não havia como negar: em um relacionamento, ele conseguia ser tão possessivo e protetor quanto a pessoa que se relacionava; odiava dividir o que era seu e se sentia incômodo com a possibilidade. Mas claramente, em sua adolescência e início da sua vida adulta, teve inúmeros casos de noites únicas, mas nunca tinha tido uma paixão, algo que o completasse ou que o preenchesse e curiosamente, a possibilidade de ter um amor avassalador, era seu maior motivador para ainda permanecer ali. Ele rezava para Lucifer em sua mente, para que tudo desse certo.

Eu... — Até começou a falar, mas o raciocínio se perdeu em sua mente, mas não falou nada.

Analisar cada aspecto da Aionios com sua mente provavelmente usando da desculpa de querer notar melhor a peça usada por ela, com certeza não tinha sido a melhor ideia daquela noite, pois uma parcela de sua mente com certeza imaginava como aquele vestido devia ficar espalhado pelo chão de seu quarto e por Satã, ele estava agindo como um adolescente regido pelos hormônios e ele tinha quarenta e dois anos. Como ele não conseguia controlar aqueles hormônios e aqueles desejos? O whisky ajudava, mas não o suficiente e para ser honesto, sequer prestou atenção no que a loira falou em relação a sua irmã, acenando com a cabeça: apenas por instinto. Sua mente estava ainda confusa por conta do desejo que sentia e se controlar, não queria ser imprudente.

Sendo sincero, o diretor funerário so voltou a prestar atenção quando suas filhas foram mencionadas. Um riso baixo acabou escapando dos lábios do homem, que já estava imaginando as possibilidades devidas: suas filhas a odiar, ou mesmo suas filhas a adorarem. Esperava francamente que Abigail e Anna não odiassem a Aionios, pois não queria ter de escolher, não escolheria ninguém acima de suas meninas e o fato de isso poder acontecer, o assustava.

Esse é tecnicamente nosso primeiro encontro e já estamos preocupados se minhas filhas gostarão de você ou não, isso é um bom sinal ou é um sinal muito ruim? — Brincou. — Eu também não quero que aconteça. Ter de escolher entre um desejo egoísta e minhas filhas, eu consideraria impossível, por mais que eu queira muito, não escolheria ninguém ao invés de minhas filhas. Amor, paixão, eu posso encontrar, provavelmente com dificuldade, mas minhas filhas... São meu mundo. — Comentou.

Quando a Aionios comentou não pensar sobre funerárias como o checo pensava, para ser justo, não surpreendeu Theodore, ninguém pensava daquele modo, exceto quem também trabalhava na área. Se ele cuidava de pessoas mortas, para a outra devia ser difícil contar aos responsáveis pelo paciente a perda de um ente querido e aquilo o fez querer a abraçar e a proteger de todo o mal. Com certeza, havia pessoas que não reagiam bem e que poderiam partir para a violência. Aquilo o preocupou, mas não comentou.

Eu não sei como é notificar a perda de um ente querido, pois os mortos são trazidos à mim, mas... Eu sei que você faz o que pode para que seus pacientes não acabem em minhas mãos. Mas eu posso afirmar, que apesar de ajudar as famílias, não sou de ferro. A primeira vez que tive de preparar o corpo de uma criança, eu chorei. Eu não consegui e meu pai teve de terminar, eu achei que ele fosse brigar comigo, mas ele me disse: "É difícil deixar as emoções não influenciarem no trabalho ou você não imaginar Anna ou Abbey nessa mesa, mas estamos ajudando famílias a ter desfechos, poderem ver seus entes queridos uma última vez, chore depois. Faça seu trabalho primeiro, depois chore." Depois que eu preparo o corpo de uma criança, eu sempre choro. — Confessou.

No momento em que Héstia sorriu, foi inevitável: Theodore também sorriu, não tinha como. Os comentários da mesma, o fizeram rir baixo, arqueando a sobrancelha, sorrindo levemente convencido.

Eu também sou péssimo em dividir, então espero que atualmente, sua queda por homens gentis esteja focada em mim. Meu ego não aguentaria. — Murmuou, com o sorriso aos lábios.

Oferecer seu copo para Héstia em meio à uma praga, com certeza seria um bom motivo para que médicos brigssem consigo, mas algo nela lhe fazia ceder a qualquer pedido, qualquer vontade dela. Era como... Se estivesse hipnotizado. O contato com a pele macia da outra, fez com que os pensamentosem relação ao desejo que tinha, voltasse com toda sua força e dessa vez, dobrados e o sorriso... Theodore queria lhe beijar. Por Satã, como ele queria, especialmente quando lhe viu tomando o whisky e devolvendo-lhe o copo pela metade, que o checo sequer hesitou em beber o resto, assim que o recebeu. Resistente? O Nottingham era sim resistente em vários aspectos. Mas agora? Ele não era.

Resistente? Já me chamaram de muitas coisas, mas essa é novidade. — Afirmou, cortando por completo, qualquer distância entre ele e a Aionios que poderia existir naquele momento. — Entretanto, agora, não sou muito resistente. Provavelmente, não acredito nos mesmos deuses, ou deus que você acredita, mas... Que qualquer entidade que você acredita, consiga me perdoar agora, pois irei pecar. — Murmurou.

Com uma de suas mãos circundado da cintura da mulher, deixou os corpos o mais próximo que fosse possível e por alguns segundos fitou os olhos da Aionios, para lhe beijar: Theodore se sentiu em paz consigo mesmo após aquilo.

AT  MOVIE FESTIVAL WITH  @"Héstia Aionios"  . Wearing: Isto
Queen
Admin
https://wrongplaceformylove.forumeiros.com
Queen
Mensagens :
894
Ter Fev 15, 2022 3:25 pm

watching over you

at saint mungus with @hestiaaionios. wearing: that.
Ver que Héstia ainda chorava, despedaçou Theodore por completo. Mesmo que limpasse algumas das lágrimas da grega, a ver daquele modo, particularmente, era algo que nunca mais queria ver em sua vida: sempre teve um ponto fraco por mulheres chorando, não conseguia não ajudar e buscar aconselhar, mas ver aquela mulher em específico às lágrimas parecia que estava em um looping de um de seus piores pesadelos. Alguns pingos de água acabavam por cair de seus cabelos recém lavados que se misturava ao choro que caia nos ladrilhos do banheiro e as íris azuladas do checo buscava observar a médica com toda a atenção que ela merecia. Como ele poderia impedir aquilo de se repetir, ele não tinha certeza, era até impossível. Mas queria tentar.

Auxiliar a loira a controlar e regular a respiração era o próximo passo lógico e seus olhos estavam fixos na grega e o silêncio permaneceu, aquilo o ajudou a raciocinar e a pensar, nada interrompia aquele momento, fora alguns soluços da outra, ou comentários do checo, garantindo que ela não parasse de repetir o processo de respiração. Percebendo que ela parecia lhe estudar, abriu um sorriso de canto, deixando um beijo sobre sua testa, para então respirar fundo.

Eu estava trabalhando, sabe? Tive que tomar banho antes de vir, imagine sair pelas ruas de Londres cheirando a líquido de embalsamar? Hum, não. Não seria divertido. Mas não se preocupe, não tinha nada que fosse inadiável ou que não pudesse resolver em outro momento, você é um pouco mais importante, sabe? — Comentou com o sorriso ainda, passando os dedos sobre os fios úmidos do cabelo.

Após seu comentário, não demorou muito para que o checo observasse que a mulher já possuia sua respiração mais controlada, mas não completamente. O auxílio com a respiração de Héstia continuou assim que a médica começou a falar. As primeiras palavras o deixaram um pouco confuso, mas rapidamente fez as contas. Se era algo com a filha e a grega tinha levado um tapa, com certeza algo deu bem errado. A explicação veio logo depois e quando os olhos claros da outra deixaram seus olhos, foi ali que ele começou a fazer um carinho sobre os cabelos da Aionios, numa tentativa de dar um suporte e um apoio extra para que ela conseguisse falar. Que o Senhor das Trevas lhe ajudasse, ele só queria a tirar dali e a levar para longe, onde nada pudesse a magoar.

Você é minha prioridade, Héstia. Por mais que eu queira, eu estou engolindo meu orgulho e a raiva, porque você é muito mais importante. — Murmurou, sobre o fato de não poder agredir o pai de Esmeralda. Para ser justo, Theodore não era violento. Não brigava. Entretanto, era protetor quando machucavam ou feriram alguém com quem ele se importasse, mas ele sabia engolir seu orgulho e auxiliar aqueles que amava em caso de necessidade e não partir para a violência, mesmo que quisesse. — Que o Senhor das Trevas o guie e o auxilie em sua perda, mas ainda assim, não devia ter batido em você. — Respirou fundo, beijando o topo da cabeça da Aionios.

Contudo, toda a raiva e rancor que o checo poderia ainda ter, foi cortado quando as lágrimas de Héstia recomeçaram. Que Lúcifer o ajudasse, a ver chorando doía cada vez mais em sua alma, ele só queria lhe proteger de todo mal. Chamou o nome da bruxa, baixo o bastante para ser ouvido, para que ela voltasse a ter foco em suas palavras. Não demorou para que ela se sentasse sobre seu colo e sem hesitar, o diretor funerário a abraçou com força o bastante para que ela não saísse de seu abraço tão fácil, mas sem força para lhe machucar ou trazer desconforto. Os dedos deslizaram sobre os cabelos claros que pertenciam à Aionios que tinham o rosto afundado sobre seu peito.

As palavras da pediatra só foram ouvidas por si, pelo fato da proximidade, pois o abafado de suas palavras, para quem estivesse próximo, mas não o bastante como ele, provavelmente não entenderia algumas das palavras. Ele não entendia como era perder um paciente, ele não era médico, lidava com pessoas mortas, entretanto, ele entendia como era perder um ente querido. Um embolar em seu estômago surgia e ele não podia se permitir agir pelas suas dores ainda, aguentaria um pouco mais, pois Héstia precisava de si, poderia se abrir sobre suas experiências e dores quando a grega acabasse de falar, aquele era o momento dela. Ela era a prioridade ali, sempre seria.

Em circunstâncias normais, a fala da possibilidade de morte de Héstia o deixaria furioso, mas suspirou, a paciência e a empatia da mulher era cada vez mais visível para si e cada vez mais, ele sentia orgulho da Aionios, mas a ver chorar e de coração partido pela perda de Esmeralda, era duro. O abraço recebido por ela foi retribuído sem hesitação. Os dedos deslizavam sobre os fios claros, deixando que as palavras finais da pediatra fossem absorvidas por si, limpando as lágrimas da mulher com delicadeza, se sua consciência não estivesse apitando sobre os riscos e provavelmente as consequências de advertência para a medica e uma potencial acusação de sequestro do hospital, ele a tiraria dali, levaria para sua casa e cuidaria dela, não deixaria nada lhe machucar.

Mas isso, poderia ser feito depois, não o sequestro, ele tinha responsabilidade demais para arriscar ser mandado para Azkaban.

Eu nunca falei disso com ninguém, nem mesmo minhas irmãs, apenas meu psicólogo. Depois que Hanna se casou, uma de minhas irmãs, ela engravidou pouco tempo depois. A criança foi a alegria da família, pois depois diferente de Anna e Abbey, foi o primeiro neto homem da família, ele foi batizado de Albert. Quando ele fez três anos, ele pegou uma gripe. Ele foi levado ao médico, foi cuidado. A gripe foi curada, ao menos era o que pensávamos, mas... Pouco tempo depois, a gripe voltou e dessa vez, voltou pior. Pneumonia. — Começou, sentindo a bile subir pelo estômago, como se quisesse vomitar. Mas não tinha terminado. — Os médicos fizeram de tudo, eu, Hanna, Nicholas, o marido de minha irmã e mesmo Isabella, que estava no meio das gravações de um filme nos revezamos para ficar com Albert, mas... Ele teve um abscesso pulmonar, não sei explicar bem como, mas... Os médicos não conseguiram tratar o Albert e ele acabou morrendo e eu estava com ele, quando Albert morreu. — Narrou, segurando as lágrimas que queria cair. — Sabe qual foi a pior parte para mim? Não foi perder meu sobrinho. Isso, eu conseguiria lidar e superar, mas a pior parte foi que eu preparei o corpo do meu sobrinho para o funeral. Meu pai ele queria fazer isso, mas eu não deixei. Ele já é velho, o coração dele não aguentaria preparar o corpo do próprio neto. Então, eu fiz. E depois disso, eu chorei. Quase destruí o necrotério e quase fechei o mortuário da familia porque doía, doía muito e eu nao parei de chorar por meses e não consegui ir no funeral, todos em casa brigaram comigo por não ir, mas... Como eu iria? Eu preparei o corpo do meu sobrinho para ser enterrado, eu o vi morrer. — Dessa vez, Theodore não segurou as lágrimas.

O checo chorava, deixando a cabeça sobre o ombro de Héstia, sentindo-se... Livre, por falar de algo que o marcava e doía ainda hoje.
Queen
Admin
https://wrongplaceformylove.forumeiros.com
Queen
Mensagens :
894
Qua Fev 16, 2022 10:49 pm

a dead child comes

at the mortuary
Quando Theodore acolheu Héstia no Saint Mungus, o checo não foi embora, passou o resto do dia no hospital, na sala de chá, ou mesmo acompanhando a pediatria em seus momentos livres, pois sabia que ela não lhe deixaria a tirar dali, até que finalmente Esmeralda falecesse. E dito e feito: quando a menina faleceu, após a Aionios declarar a morte, foi ali que novamente ela chorou depois que foram para a sala da loira. Por mais que ele tivesse ficado inexpressivo durante todo o procedimento, aquilo lhe lembrou da morte de Albert e seu coração apertou. Respirou fundo, esperando que a mulher realizasse todos os procedimentos necessários para encerrar seu plantão.

Vou te levar para minha casa, você não vai ficar sozinha em sua casa. — Avisou.

A loira ainda chorava, quando lhe viu saindo para trocar de roupas, o checo respirou fundo, recolhendo os pertences da Aionios que ficaram sobre a sala, como sua bolsa, casaco e varinha, além de outros que usando de sua própria varinha, colocou dentro da bolsa e as lágrimas da pediatra, o destruíram aos poucos. Ele a via chorar e sua culpa apenas aumentava, mesmo que não fosse sua culpa. Colocou a bolsa sobre seu ombro e não se importou muito com o que diriam, pegando a médica no colo, com uma das mãos entre os joelhos e a outra sobre a região dos braços da mesma, murmurando para que ela se apoiasse melhor, tendo o rosto escondido sobre seu peito.

Tudo bem para você eu fazer isso? — Questionou.

Eu confio em você, está tudo bem. — Ouviu a afirmação, beijando o topo de sua cabeça e os fios de seus cabelos.

Saindo do hospital com a Aionios em seu colo, aquilo com certeza chamava a atenção não apenas dos pacientes e dos médicos, mas Theodore não se importou muito. Fora do hospital, o checo aparatou para o Mortuário e quando adentrou a residência, a presença de Hanna ali ainda o surpreendeu. Esperava que ela estivesse em um encontro com Nicholas, ou algo assim, aumentando mais a surpresa ao ver seu cunhado aparecer pouco depois. Sequer deixou que ambos perguntassem qualquer coisa, subindo para seu quarto com a grega que soltava ainda alguns soluços sobre seu peito. Conjugou uma muda de roupas para a outra, após a deixar sobre sua cama, assim como toalha e roupas para dormir.

Theodore ficou com a médica por alguns minutos, quando desceu para a cozinha, com Nicholas e Hanna lhe observando e exigindo respostas. O mais velho ali, apenas sorriu de canto ignorando a ambos, seguindo para o escritório. Os papeis que o checo havia deixado ali, ainda eram os mesmos da manhã e da tarde, ele se sentou e de imediato, começou a lhes preencher e a assinar. O processo levou algum tempo, quando batidas na porta foram ouvidas e ele se levantou, irritado, por ter de interromper seu trabalho que já tinha parado naquele dia, por um motivo importante, mas lhe incomodava deixar trabalho incompleto. Seguiu para a entrada da casa e viu ali, o pai de Esmeralda. Seu emocional queria recusar a ter como cliente pelo fato do homem ter batido em Héstia, mas sabia que não se perdoaria. Deixou que o outro entrasse e logo retornaram ao escritório.

Meia hora. Foi o período de duração da reunião, a papelada de envio do corpo da esposa e da filha para a casa funerária da escolha do homem já estava pronta, faltava o endereço e a assinatura do diretor do local e rapidamente, Theo os assinou e pediu que ele se retirasse, por estar tarde e ele querer ir dormir.

Quando subiu para o quarto, apenas tomou um novo banho e colocou seus pijamas, vendo que Héstia estava acordada. Sorriu cansado, deitando-se sobre a cama, olhando para ela com atenção e bocejou, não demorou muito para ele dormir, mas não antes da pediatra deixar a cabeça sobre seu peito, o checo a abraçou e dormiu daquele jeito.

•••

Na manhã seguinte, o checo acordou primeiro que a loira, pois os corpos chegariam cedo e ele não queria que Héstia os visse. Rapidamente, tomou um banho e escovou os dentes, trocando-se de roupa, descendo para tomar o café da manhã. Corpos chegando pela manhã não era algo incomum para os Nottingham, eles viviam cercados da morte, já que sua casa também era o Mortuário da família. O checo recepcionou os medibruxos responsáveis pela entrega, assinando a papelada necessária, indicando o necrotério e refrigeradores livres para que pudessem deixar os corpos, ele tinha algumas coisas para preparar antes de iniciar os trabalhos.

No escritório, Theodore assinou os papéis finais que precisava, respirando fundo, pegando a sacola que tinha sido recebida por Hanna, com as roupas de Esmeralda e Dolores, além de joias e maquiagem favorita da mãe para o preparo do corpo, que tinha sido enviado pelo pai assim como fotos de referências. Com a sacola em mãos, vestiu as vestes de proteção e murmurou o encanto de imunidade e proteção, seguindo para o necrotério. O ambiente era organizado, frio e ele já se encontrava mais que acostumado com aquele trabalho, era sempre ruim de preparar crianças, seu emocional sempre sofria um pouco mais, mas sabia ser um trabalho preciso. Usou da varinha para abrir o compartimento onde o corpo da menina se encontrava e o puxou, usando de um novo feitiço para  erguer o corpo e posicionar o corpo sobre a mesa.

Com cuidado, inspecionou o corpo em busca de sinais qualquer coisa que pudesse dificultar o processo, ou mesmo sinais vitais e confirmando não haver mesmo pulsação, respirou fundo. Com uma prancheta em mãos e um documento em específico, o checo anotou quaisquer coisas que fossem vitais sobre o estado da falecida como cortes, marcas e coisas parecidas. Ao mesmo tempo que observava o corpo e o documento era preenchido, sua mente decidia como iria proceder com o embalsamamento do corpo e com o básico decidido, usou da varinha para trazer os itens necessários para iniciar os processos. Com a tesoura, cortou as vestes da criança, descartando-lhes em uma sacola de lixo. Por envolver agentes químicos nos líquidos de embalsamar, com atenção, os misturou cautelosamente, para que assim que terminasse, pudesse iniciar as feições.  

Usando uma lente específica, o checo colocou-lhes sobre os olhos para que se fechassem e com uma pistola de injeção, o homem usou de uma agulha e linha específica para furar os ossos próximos a boca e os amarrou, para fechar os lábios, após colocar algodão. Colocou também algodão sobre as narinas e orelhas, respirando com um sorriso mínimo. Uma massagem foi feita pelo corpo para remover o rigor mortis e o diretor funerário em seguida, lavou e desinfetou a falecida, passando os produtos necessários para que a pele não secasse e mantivessem a aparência, para em seguida posicionar as mãos paralelas ao corpo, para cobrir as regiões íntimas com lençol, fazendo um corte na região da jugular nos dois lados, com tubos e mangueiras, um para drenar o sangue, outro para inserir os líquidos de embalsamar.

Com uma esponja ensaboada, o corpo era massageado para ajudar na distribuição do líquido e a drenagem e à medida que era necessário, a pressão era diminuída ou aumentada e após minutos, quando o processo fora finalizado, fechou as artérias e veias após a remoção dos tubos. Então restaria apenas as extremidades. Theodore respirou fundo, observando como o processo andava, fazendo anotações no documento que estava ali presente, para então prosseguir, realizando o embalsamamento das cavidades, removendo fluídos de órgãos abdominais e assim que encerrou, fechou as incisões, lavando novamente o corpo da falecida, fazendo uma nova pausa para as anotações necessárias.

Para a sorte de Theo, o processo estava em seus estágios finais: faltando a necromaquiagem e  vestir o corpo. Realizando os procedimentos finais, o checo respirou fundo satisfeito com o resultado, quando um barulho chamou sua atenção. Começou a prestar atenção, percebendo a voz de Héstia e sua irmã.

Onde está o Theodore? — Questionou.

No necrotério, ele está trabalhando. Ele... — Hanna parecia nervosa pelo tom de voz.

Ele está preparando o corpo daquela menina que morreu no Mungus que você tratou. — Se Theodore não estivesse fedendo a liquido de embalsamar e à defunto, ele teria saído do necrotério para enfiar seu bisturi em Nicholas, deixando Hanna viúva.

O checo xingou Nicholas em todos os idiomas que tinha fluência em sua mente, aquilo seria um problema. Deixando o corpo de Esmeralda, o homem se retirou do necrotério, depois de descartar o que fosse descartável de suas vestes de proteção e se limpar, vendo indo até si, a figura de uma Héstia Aionios agoniada e com o rosto em lágrimas. Massageando as próprias têmporas, ele observou a grega.

Por que não me disse? Me deixa ver ela, Theodore. — Implorou.

Porque eu não queria que você fizesse justamente isso, Héstia. Se você me pedisse, eu cederia e tecnicamente, você não pode entrar no necrotério se eu estiver preparando um corpo. Eu não vou te deixar ver ela, você já a viu morrer, você acha que ver o corpo dela de novo, agora embalsamado vai ser bom? Não vai. — Determinou.

Sai da minha frente, eu vou. — A mulher insistiu e sem se importar, esbarrando no ombro do diretor, avançou em direção à porta do necrotério, até o checo erguer a varinha, apontando para a loira e cordas finas aparecerem em volta de seu corpo, frutos de um feitiço não-verbal: Incarcerous. — Me solta, Theodore! — Héstia soltou irritada.

Nicholas! — Gritou, chamando o cunhado que não demorou a aparecer. — Conserte a merda que você fez, deixando-a longe do necrotério. Se ela vier aqui de novo, você vai ter problemas comigo. — Avisou, desfazendo o feitiço, deixando que o Kwon tirasse a Aionios dali, vendo que ela lhe olhava com fúria.

Ele se redimiria outra hora, tinha o corpo da mãe da menina para preparar.
Conteúdo patrocinado
- Tópicos semelhantes
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos