A manhã de Behati parecia cansativa, já que tinha dormido extremamente tarde, depois de mais uma discussão, sobre um assunto que para ela, já tinha dado como vencido, com Armstrong. O convite para o treinamento. Ambos gastaram todos os argumentos, que tinham, ela, os prós de sua ida, ele os contra. Isso realmente tinha sido extremamente desgastante para a jovem, que só tinha vencido aquela discussão, com uma simples frase. “Vai comigo, que depois vamos fazer o que desejar. Inclua tudo mesmo”. Quando acordou, começou a analisar o envelope prateado, que tinha recebido de Heidi, há alguns dias, e isso a fizera sorrir minimamente. Ela realmente desejava, que o convite fosse para uma festa, mas não era. Soltou um suspiro cansado, e foi para a cozinha, onde foi tomar seu café da manhã, após observar sua cama vazia. Já sabia com certeza, qual seria o encerramento, daquele dia.

Depois que finalmente tomou seu café da manhã, soltou um bocejo, devido ao extremo sono que sentia. Tomou mais um grande copo de café e soltou um sorriso, ao ver que tinha melhorado, ao menos um pouco, depois de tomar os remédios para dor de cabeça. Foi para o seu quarto novamente, onde pegou roupas próprias para academia, porque ela tinha certeza. Ir de salto alto, vestido, estragaria as peças. Procurou-as com um pouco de esforço, já que ia à academia pouquíssimas vezes. Pegou uma leggin, um top, tênis preto. Tomou um banho rápido, trocando-se, e colocou um casaco de malha por cima. Já tinha provocado a raiva de Armstrong, o suficiente por ontem, já não queria fazer o mesmo ter algum ataque desnecessário de ciúme, por causa de seus peitos. Sacou seu celular, que estava ao seu lado, já carregado, vendo uma mensagem do mesmo, dizendo que já estava para chegar, e para que não se atrasasse. Ela riu baixo, e começou a fechar a casa, para que pudesse ir, sem medo de ser assaltada, ou algo do gênero. Assim que ouviu a buzina de um carro, revirou os olhos, saindo da casa, trancou-a, descendo com rapidez do prédio e entrou no carro. ― Nenhuma palavra sobre isso. ― Essas foram as únicas palavras da morena, após sentar-se no banco traseiro, junto ao rapaz.

Durante todo o trajeto para o instituto, pelo o caminho mais longo, para que tivessem a certeza, que não eram seguidos, Behati ficara mais silenciosa que o normal, apreensiva. Pela a primeira vez, ela estava com medo. Escondera-o com a mais incrível perfeição, que seu talento de atriz, lhe permitia. Soltou um suspiro longo, enquanto permitia-se deixar a cabeça na janela do carro, durante o percurso. Assim que o carro finalmente parou no instituto, ambos desceram, e enquanto entrava, não preocupou-se muito, em esperar o rapaz escocês. Quando entraram por fim na casa, a morena não tardou em cumprimentar quem conhecia. E a espera pelo o que se seguiria, era extremamente irritante e já não tinha mentalidade. Assim que foram levados para a tal base, ela conseguiu relaxar, enquanto apenas apertava a mão de Armstrong, para que pudesse acalmar.

No momento em que chegaram, desceram do veículo, que os levara, e ela suspirou novamente, enquanto observava aquele ambiente, com extrema cautela. Durante o nada acontecer, tinha esfregado seus braços, na tentativa fútil, de se aquecer, enquanto tentava processar o que iria acontecer. Viu uma van, da qual saíram três pessoas, e uma delas, uma mulher africana, começara a falar. Ouvia a todas as palavras que a mulher dizia, e ao ouvir as palavras do escocês, lhe lançou um olhar raivoso, cerrando os olhos, depois de dar um tapa leve com as costas da mão direita, no peito do mesmo. Revirou os olhos, ao ouvir o restante, sussurrando para ele. ― Você veio por minha causa, querido. Afinal, nós brigamos por isso, praticamente. ― Ela sorriu falsamente, enquanto ainda ouvia a mulher.  Sua mente, ficava focada no discurso, mas para ela, acabar com aquilo logo, seria muito bom. Aquele discurso lhe entediava. Behati não tinha interesse em completa paz, mas também não tinha interesse em massacre. Tinha interesse em sobreviver. Era uma sobrevivente.

Durante o resto do discurso, sua expressão tinha se tornado tediosa, encarando todos ali, com a expressão agora, de indiferença, já que por dentro, tinha-se tomado pelo o tédio, e a súbita vontade de sair dali. Ao ouvir novamente, a fala do rapaz, não resistiu, ao soltar um risinho, enquanto voltava a encarar a mulher que discursava sobre a mesma coisa. Paz, paz, e nada mais. Aquele discurso, já estava lhe irritando. Tendia a tamborilar seus dedos sobre sua coxa, para controlar a ansiedade, e soltou um suspiro, ao ouvir sobre o chip. Ela odiava seringas, isso lhe lembrava hospital, e o tempo que passou lá, devido a cicatriz que tinha lhe aparecido, após a morte de Mathias, e isso a fez sentir agonia. Não falou nada, ao ouvir novamente a voz de Armstrong, vendo também, os punhos cerrados do mesmo e a pele avermelhada. Temeu que pudesse acontecer algum acidente ali. Soltou um suspiro, ao perceber o nervosismo do rapaz, lhe segurando o pulso sem força, enquanto o olhava fixamente. ― Nem pense em me deixar aqui sozinha. ― Abriu um sorriso mínimo, ao mesmo momento, que observava-o se acalmar.

Quando todo o discurso acabou, ela soltou um suspiro aliviada, começando a andar em direção a uma fila indiana. Soltou um novo suspiro, observando a fila atentamente. Não tentou procurar mais feições conhecidas no meio daquela aglomeração, e assim que chegou o momento para decidir, não tinha interesse em seguir a onda que ia para a porta da Classe A. Seguiu para a porta da Classe B, e soltou um sorriso mínimo, observando aqueles que iriam junto deles. Assim que sentiu a seringa colocar-lhe o chip, soltou um som baixo de dor, mas o incomodo não durou muito. Sentiu a mão de Armstrong, segurar a sua, com firmeza, e ela fez o mesmo, abrindo a porta, e sussurrou. ― Boa sorte, eu acho. ― Entrou lá, e esperou que o que fosse acontecer, fosse logo. Realmente queria que aquilo acabasse, porque tinha muitos planos para aquele dia, principalmente, quando aquilo tudo acabasse. Todos eles incluíam ambos em um quarto de hotel, preferencialmente, inteiros.